JOGO SUJO.

No mês de junho deste ano(2009) foi lançado em Portugal um livro intitulado de "Jogo Sujo" co-escrito pelo ex-futebolista Fernando Mendes que passou pelos cincos clubes que foram campeões nacionais (Sporting, Benfica, FC Porto, Belenenses e Boavista) e ainda por Estrela da Amadora e Vitória de Setúbal além da Seleção Portuguesa e pelo jornalista Luís Aguilar, o qual está a dar o que falar, abalando as estruturas do futebol português e não só.
O Livro conta sobre injeções e comprimidos para jogar melhor, jovens que serviam de cobaias para o doping, prostitutas nas concentrações e nos estágios dos clubes e das seleções, treinadores que exigiam dinheiro a jogadores para os colocar a jogar e benefícios de arbitragem. No tempo de Fernando Mendes era assim. Fernando Mendes não revelou o nome dos clubes em causa, tendo sido aconselhado pelo advogado a não o fazer. Mas em declarações ao Jornal Público ilibou os três “grandes”: “Não vi nada disso nos ‘grandes’”, afirmou Fernando Mendes, que negou também ter assistido a actos de dopagem na seleção, embora no livro conte que num jogo amistoso por Portugal pediu ao massagista do seu clube para lhe dar uma injeção ao intervalo.
Admitindo que actualmente será “mais difícil” recorrer ao doping, Fernando Mendes acrescentou que alguns dos clubes por onde passou recorriam a substâncias ilegais, porque sabiam quando havia controles. “Hoje é diferente, porque há controles surpresa.”

Em Jogo Sujo, o antigo jogador, agora com 42 anos, revela ainda a presença de prostitutas nos estágios do Benfica e de mulheres nos estágios da seleção e afirma que os “grandes” são sempre beneficiados pela arbitragem. “Quis mostrar que nem tudo é bonito no futebol”, explicou Fernando Mendes, que nunca denunciou estas situações antes porque, diz, fazia parte do mundo do futebol.

EXCERTOS DO LIVRO "JOGO SUJO":
"No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através de injeção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (...) A injeção tinha efeito imediato, enquanto os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo.”
“Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar conosco. Esses juniores não estavam ali porque eram muito bons ou porque tinham de ganhar experiência. Estavam ali para servirem de cobaias a novas dosagens. Um elemento do corpo clínico dava cápsulas ou injecções com composições ilegais a garotos dos juniores (...) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controle interno.”
“Antes do apito inicial [num jogo entre o Sporting e o Ajax na Taça UEFA], um elemento da direção desceu ao nosso vestiário e lançou uma frase curiosa: Atirem-se para o chão dentro da área, porque o árbitro vai marcar penálti.” (...) Não vi ninguém do Sporting incentivar o árbitro e custa-me acreditar que um juiz internacional pudesse entrar nesse tipo de situações. Mas a verdade é que acabámos por ser muito beneficiados naquele jogo, através de decisões erradas.”
"Quando jogávamos em casa, costumávamos concentrar no Hotel Alfa, em Lisboa. Numa dessas estadas, e já com Toni (técnico) ao leme da equipa [do Benfica] os três russos [Iuran, Kulkov e Mostovoi] tinham o esquema muito bem montado. Durante a noite, iria parar à porta do hotel uma van carregada de prostitutas com o objectivo de tornar o estágio mais divertido."

Exprimo a minha humilde conclusão: o futebol "fabricava" ídolos e campeões com méritos pelo menos suspeitos. Ainda bem que esta "época" já passou!!!!!!!!????????? e hoje apreciamos ao vivo, pela tv ou virtualmente grandes craques e campeões impolutos e sinceros. *Obs.: Não e nunca quero generalizar tais procedimentos impróprios para conquistar os fins pretendidos, as performances e os títulos. Pois eu como verdadeiro torcedor e amante do futebol quero acreditar na "verdade esportiva", sempre.